Um poema revisitado, data original:SEGUNDA-FEIRA, 12 DE NOVEMBRO DE 2007
De manha encontrei felicidade no riso,
das pessoas que se opõem ao isolamento.
A caminho do trabalho um pequeno mito,
que alegra e rodeia o sofrimento.
Há uma pessoa ao riso alheia
escorregou ao largo do poço.
Metade escuro, metade chuvoso
ainda cai uma pequena candeia.
Um filho de escravo desposado
que da terra mãe partiu
sentiu a sodade ao lado
o cheiro da roça ouviu,
Surge agora uma lembrança
de algumas dores que já extinguiu.
No passado havia uma dança
que o futuro nunca mais pediu,
foram estalidos na distância
combalidos agarrados á ferida
uma dor que já não pede vingança
um sentimento guardado na bebida..
Agora o comboio assobia
e o corpo ainda se arrepia
quando uma mala no chão duro
explode o tímpano infortuno…
...
-Compatriotas, que saudade!
-Mas entre nós não há amizade.
-Lembram-se do carro de bois?
do calor antes da tempestade?
-Surge agora uma igualdade,
mas não interessa quem vós sois.
-Que solidão é esta que canta
tão perto do meu pensamento
porque é que sei que não adianta
procurar novo sentimento...
Segue só para a sua luta
ainda tão acompanhado
pelo zumbido da bala,
parte o coração congelado.
Se alguma coisa a vida ensinou
foi que é uma história continuada
mas se chorar nunca ajudou,
também não lhe ajuda a espada..
com esta quadra presente
arrastou o corpo da cadeira
levantou a alma assente,
fechou mais uma ratoeira.
Parou a carruagem
e abriu-se a porta
encheu se na coragem
de consciência morta...
Vi-lhe o rosto desaparecer
numa multidão como ele
não sei do triste ser
mas há esperança nele...