quarta-feira, 30 de maio de 2012

Fenómenos de desesperança



fenómenos de desesperança
impulsionados poetas a desgarrar,
fontes de enorme dissonância
aguardam por quem ressoar

dentro de mim albergo,
espigas de um outrora ser,
ramos e silvas me abraçam
desfazem sem querer.

No correr das pedras do vale, espero,
e sei delas como sei de ti
por uma nuvem de histórias carregada
que amansa o céu

(excerto outrora declamado num encontro de poetas - FLUL 2011)

no ramal da ilha sobre o mar


No Ramal da ilha, sobre o mar
Vejo a Lua Acessa respirar

no meu sonho acorda a saudade
e no ar alto
gaivota a mergulhar
razando o ar, as ondas de amor
vejo, a caminhar

Senta-te á fogueira meu filho,
Olha á tua beira,
rocha e Sal cozida pelo amor e animada pelo despertar do sol
Quem é que de ti rouba a luz do coração?
Chama, a tua lembrança, e senta-te com ela
assa uma tocha e deixa o vento ajudar-te a caminhar
Agora quando se apagar, já o troço se encortou
E com a luz que queimar, uma semente hade pegar.

Abraça o vento sem medo
Traça o norte com o coração
Mas deixa o vento de Longe
de Longe te dar razão

(escrito nas Ribeiras do Pico, algumas eternidades atrás)