Um poema de John Updike traduzido por Jorge de Sena:
Grandes navios verdeseis que navegamancorados, para sempre;sob as águas
enormes raízes de lavaprendem-nos firmesa meio do Atlânticoao passado.
Os turistas, pasmandodo convés,proclamam aos guinchos lindasas encostas malhadas
de casinhas (confetti) edoces losangosde chocolate (terra).
Maravilham-se comos campos graciosose os socalcosfeitos à mão para conter
os modestos frutosdas vinhas e das árvoresimportadas pelosportugueses:
paisagem ruralvindo à derivade há séculos;a distância
amplia-se.O navio singra.Outra vez a constantemúsica alimenta
um vazio à popa,os Açores sumidos.O vácuo atrás e o vácuoá frente são o mesmo.